Páginas

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Exclusivo Shout: Entrevista a Eytan and The Embassy


“Comecei a tocar piano quando tinha 5 anos e implorei aos meus pais para desistir durante muitos anos. A minha mãe insistia que eu tinha talento e recusou-se a deixar-me desistir e, assim que comecei a escrever canções quando tinha 12 ou 13 anos, abdiquei do desporto pela música.”
Eytan Oren
Eytan and The Embassy: (esq. - dir.) Attis Clopton (bateria), Caitlin Gray (baixo), Eytan Oren (voz e piano),  Geoff Countryman (saxofone) e Grant Schulte (guitarra)

Brooklyn, Nova Iorque, 2009. Eytan Oren, um jovem e promissor músico reúne-se com quatro amigos e o sucesso internético Eytan and The Embassy nasce. Já com um recorde mundial no seu curriculum e um vídeo muito aclamado, Eytan Oren falou com Shout sobre a sua música, o seu vídeo e o seu futuro álbum.

1. Com é que Eytan e The Embassy se reuniram?
O projeto começou com uma gravação que fiz com alguns amigos e quando terminado reuni uma banda que se tornaram os Embassy. Everything Changes foi a primeira canção que gravámos como uma banda.

2. Porquê Embassy?
A minha mãe sempre brincou que eu devia ser embaixador porque sou muito diplomático, então The Embassy pareceu-me adequar-se perfeitamente.

3. Eytan, pelo que li a sua relação com a música existe desde que era muito pequeno. Como é que essa, chamar-lhe-ei paixão, surgiu?
Na verdade quando era muito jovem só me interessava por desportos. Comecei a tocar piano quando tinha 5 anos e implorei aos meus pais para desistir durante muitos anos. A minha mãe insistia que eu tinha talento e recusou-se a deixar-me desistir e, assim que comecei a escrever canções quando tinha 12 ou 13 anos, abdiquei do desporto pela música.

4. Como foi a evolução da sua carreira? Isto é, como chegou a este momento da sua vida em que tem um vídeo com mais de 500 mil visitas em apenas algumas semanas?
Antes de estar nesta banda escrevia música para televisão e anúncios, o que ainda faço às vezes. Quando a banda começou no final de 2009 tivemos algumas grandes oportunidades, abrindo pelos OK Go, protagonizando alguns anúncios para os MTV Movie Awards, e tocando em alguns festivais de maior dimensão. Mas a reação a Everything Changes foi definitivamente numa escala muito maior que o sucesso que tínhamos anteriormente. Tem sido um mês muito entusiasmante e estamos muito gratos a todas as pessoas que têm partilhado a canção e o vídeo.

5. Já disse que os Radiohead são uma grande influência na sua música. Ainda os “sente” ou há outros artistas que também o inspiram?
Eytan Oren, líder da banda
Não soamos nada com os Radiohead, mas são uma grande influência para mim. Muitos dos nossos artistas favoritos são dos anos 60 e 70, mas é importante para mim dar um toque moderno na produção. No que respeita a guitarra e efeitos de fundo muitas vezes recorremos a ideias inspiradas em Jonny Greenwood ou Nigel Godrich (produtor dos Radiohead).


6. Quando poderemos ver o próximo álbum de Eytan and The Embassy? E o que podemos esperar dele?
Lançaremos a 18 de Setembro um álbum que é uma versão repactada do nosso primeiro álbum “The Perfect Break-up”, mas adicionámos Everything Changes. Para os iTunes também será incluído o vídeo. Estamos a gravar o nosso segundo álbum que se chama “The Year of the Sun”. Não tenho a certeza quando será lançado, mas provavelmente no início do próximo ano.

7. Como surgiu o sucesso Everything Changes?
Aconteceu muito rapidamente e é difícil saber exatamente quando começou. Penso que os OK Go partilharem-no no Twitter e Facebook deu-lhe um grande começo e isso poderá ter conduzido outras bem conhecidas pessoas a ouvir sobre ele e partilhá-lo com os seus fãs. A CNN.com também publicou uma reportagem sobre ele o que também lhe deu uma grande exposição. No final foi um vídeo divertido de fazer e penso que isso o tornou num vídeo divertido de ver e partilhar com amigos que ajudou a lançá-lo.

8. No vosso vídeo de Everything Changes o Eytan disfarça-se de 18 personagens. Qual foi o processo que usaram para escolher esses artistas tão singulares?
Escolhemos artistas que admiramos e que alteraram o curso da história da música pop e rock e tentámos ter alguns músicos que representassem cada década. Também escolhemos artistas com os quais eu me pudesse parecer – por exemplo originalmente tínhamos o Jimy Hendrix como um dos artistas mas simplesmente não funcionou. Na verdade mudámos o Hendrix para o Bob Dylan no dia da gravação- fizemos um intervalo e corremos a uma loja de música para comprar uma harmónica enquanto a Ashley Miller, a nossa cabeleireira, aparava a peruca.

9. Já pediram aos vossos fãs o seu contributo para os ajudarem a escolher outros artistas para um segundo take. Estão a tentar bater o vosso próprio recorde mundial para mais disfarces num período mínimo de tempo?
Adoraríamos que alguém batesse o nosso recorde, mas não estamos a tentar bater nós próprios com o segundo take.

10. Uma última questão, existe alguém com quem gostariam de ser comparados?
É engraçado ouvir falar em comparações, mas tento deixar isso para as outras pessoas fazerem. Desde que seja alguém que gostem ficamos felizes ao ser comparados com eles!

Agradecemos a simpatia e disposição de Eytan Oren para esta entrevista e terminamos com o tão falado êxito Everything Changes.



Cumprimentos,
Shout

sábado, 14 de julho de 2012

The Rolling Stones: há 50 anos a fazer História


“I didn´t expect to last until 50 myself, let alone with the Stones. It´s incredible, really. In that sense we´re still living on borrowed time.”
Keith Richards

“It’s incredible to think about working with the same band for fifty years. Of course, members have come and gone over the years, but it is still the Rolling Stones. Inevitably it makes you think about the mortality of it. But here we are making plans and attempting to get things organized for the future!”
Mick Jagger


The Rolling Stones: (esq.-dir.): Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood e Charlie Watts à frente do clube onde os Rolling Stones actuaram pela primeira vez, a 12 de Julho de 1962
Já considerada de melhor banda de rock´n´roll de todos os tempos, com mais de 200 milhões de álbuns vendidos, The Rolling Stones comemoraram esta quinta-feira, 12 de Julho, cinquenta anos de carreira. De facto, havia meio século que a mítica banda de Mick Jagger e Keith Richards realizava no London´s Marquee Club o seu primeiro concerto.

“I remember it because of the trouble we had finding a rhythm section.”
Mick Jagger, em entrevista à Rolling Stone

The Rolling Stones nos seus primórdios, em 1962
Nesse histórico dia que marcaria o início da revolução da música e cultura popular, os então The Rollin´Stones foram representados por Mick Jagger, na voz e harmónica, Keith Richards e Brian Jones na guitarra, Ian Stewart no piano e Dick Taylor no baixo. Quanto à bateria estava sob a responsabilidade de Tony Chapman ou Mick Avory, uma eterna questão sem resposta (o futuro baixista, Bill Wyman, que se juntaria à banda em Dezembro de 1962 afirma que seria Avory, mas este assegura ter sido Chapman, uma vez que apenas havia ensaiado com os The Rollin´Stone poucas vezes e só conhecer o nome da banda posteriormente). 

Wyman entraria, então, no final desse ano e o Charlie Watts, baterista, em Janeiro de 1963. A partir de 1993 os Rolling Stones passariam a ser formados apenas por Jagger, Richards, Watts e Ronnie Wood, na guitarra, embora Darryl Jones (baixista) e Chuck Leavell (teclista) os passassem a acompanhar nas suas atuações ao vivo e no estúdio.

Logótipo do aniversário dos 50 anos dos Rolling Stones, por Shepard Fairey
Para celebrar as bodas de ouro, The Rolling Stones estiveram presentes na abertura da exposição no London´s Somerset House, no passado dia 12 e que se manterá até 21 de Agosto, que exibe cerca de 700 fotos íntimas e nunca vistas dos vários anos de carreira da banda. Ainda neste espírito de celebração será lançado um documentário pelo realizador Brett Morgen acerca da banda, bem como um livro com imagens únicas ao longo destes cinquenta anos. O famoso artista Shepard Fairey também reelaborou a lendária língua dos Rolling Stones no contexto de celebração de meio século de carreira.

Quanto ao futuro dos criadores de Angie, no dia 12 de Julho, quando questionado Keith Richards afirmou que a banda está a preparar uma nova tour para 2012-2013.

Com isto, Shout deseja as maiores congratulações aos Rolling Stones e que continuem por mais 50 anos (se os avanços na medicina o permitirem). 

Terminamos com o clássico (I Can´t Get No) Satisfaction do álbum “Out of Our Heads”, de 1965, considerada pela revista Rolling Stone como a segunda melhor canção de todos os tempos, seguido de Like a Rolling Stone de Bob Dylan, da qual os Rolling Stones também têm uma versão.



Cumprimentos,
Shout

terça-feira, 3 de julho de 2012

Uma homenagem a Mark Sandman


“I was kind of a dreamy child – a Curious George baby. As a child, people told me they thought I'd grow up to be a poet. You have to wonder what kind of kid someone would say that to."
Mark Sandman
Mark Sandman (1952-1999)
Há treze anos desaparecia da cena musical Mark Sandman e com ele a banda que tantos fãs mobilizou na Europa - Morphine. Neste trágico dia, 3 de Julho, Shout recorda este artista sonhador e inovador.

Nascido em Newton, Massachusetts (EUA), ficou sobretudo conhecido por ter sido um dos membros fundadores da banda Morphine, em nada associada à droga homónima, mas sim derivado do deus grego dos sonhos, Morpheu, que entrou nos seus sonhos e o impulsionou, juntamente com o saxofonista Dana Colley, a criar esta banda, afirmava humoristicamente Sandman numa entrevista pouco depois do lançamento do álbum “Cure For Pain” de 1993. 
 (da esq. para a dir.): saxofonista Dana Colley, baterista Billy Conway que em 1993 veio para substituir Jerome Deupree (que abandonou os Morphine devido a problemas de coraçao, juntando-se novamente pouco depois ao entao trio) e Mark Sandman. Formaram os Morphine em 1989, marcando uma geraçao da década de 1990

Morphine inovou no mundo da música indie pela introdução do saxofone e dispensa da guitarra permitindo um estilo alternativo, uma mescla de rock, jazz e blues que, apesar de em geral apreciado pela crítica, pouco sucesso teve nos Estados Unidos (pelo menos em comparação com a Europa). Pelo contrário, com a digressão mundial de divulgação do seu segundo álbum, o já referido “Cure For Pain”, a banda de Mark Sandman tornou-se um verdadeiro êxito na Europa, com destaque para Portugal e Bélgica considerado pelos próprios como os seus melhores fãs.
Além de letrista, vocalista e baixista, Sandman alterava e construía os seus próprios instrumentos, há que destacar que uma das suas características era o seu baixo com apenas duas cordas.

“A canção tem que ser fácil de aprender porque não gosto de ensaiar muito. É como o baixo, duas cordas torna tudo mais fácil.”
Mark Sandman, em entrevista à Blitz, 1997

Sandman era um homem bastante reservado, o exemplo mais evidente era o seu desconforto quanto à sua idade, nunca por ele assumida. Talvez se devesse ao facto de ser superior às outras figuras indie da época, talvez por acreditar que estava a envelhecer demasiado depressa para a música que criava, como aposta a Blitz numa das suas passadas edições. Muitos fãs consideravam as suas letras autobiografias, ainda que tal nunca fora confirmado. Porém, há um facto que inevitavelmente teria de influenciar a sua música: a morte dos seus dois irmãos, podendo tomar-se como exemplo a música No Reason, de Treat Her Right, banda de Sandman anterior a Morphine (veja o vídeo seguinte). Por outro lado, Sandman tinha uma relação muito próxima com o seu público, para a qual a sua grande capacidade de comunicação em português, espanhol e francês era essencial, no entanto não deixando de estar aliado à sua personalidade.

A tragédia da banda chegou a 3 de Julho de 1999 quando durante um concerto em Palestrina, Itália Sandman colapsaria em palco, vítima de ataque cardíaco, que se poderá ter devido a cigarros, ao excesso de stress ou às elevadas temperaturas da noite fatídica. 

Em homenagem a este grande artista, terminamos hoje com Cure for Pain, ao vivo no Festival Super Bock Super Rock de 1995, primeiro concerto dos Morphine em Portugal.


Cumprimentos,
Shout