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sábado, 11 de agosto de 2012

Cher Lloyd: terá ela o fator x?


Cher Lloyd, foto referente ao seu terceiro single Want U Back
Tal como Adele e Jessie J, mas num estilo completamente diferente, Cher Lloyd é mais uma britânica a fazer sucesso nos Estados Unidos. Com apenas 16 anos decidiu concorrer pela terceira vez ao programa de Simon Cowell The X Factor. Na mesma temporada em que o sucesso juvenil One Direction foi o grande vencedor, Cher Lloyd não foi além do quarto lugar, porém, e apesar das polémicas que giraram à sua volta (foi acusada de plagiar a versão rap do êxito dos Coldplay Viva La Vida do rapper americano Swizz Beatz; numa fase seguinte do programa foi incapaz de terminar a sua versão de Cooler Than Me, por sofrer de tonsilite) foi o suficiente para lançar uma carreira musical ainda em crescimento. 

De facto, o talento desta, então, jovem de 16 anos era inegável: o frio Simon Cowell considerou a sua atuação de Stay (um êxito das britânicas Shakespears Sister) a melhor atuação da temporada; por sua vez, Shout destaca a mash-up muito bem conseguida de Sorry Seems To Be The Hardest Word, de Elton John, com Mockingbird de Eminem (comprove no vídeo seguinte). Cowell não desistiu de Lloyd, hoje com 19 anos, e imediatamente esta assinou com a gravadora do famoso júri, a Syco Music. 


Capa do álbum de estreia, "Sticks + Stones"
Foi, assim, que lançou o seu primeiro álbum “Sticks + Stones”, em Novembro de 2011. É um álbum essencialmente pop com traços de rap, característico de Lloyd. Porém, apesar das capacidades vocais desta artista serem inegáveis, bem como a sua forte e teatral personalidade, fundamentais para vingar neste género de música, há certas faixas puramente irritantes e ridículas, nomeadamente o seu primeiro single Swagger Jagger, dedicado a todos os seus haters. Irritante não só em termos de melodia como de letra. Por outro lado, tem outras músicas mais infantis, difíceis de perceber se são catchy ou igualmente irritantes, como Grown Up. No entanto, a crítica geral não pode ser negativa, faixas como With Ur Love (feat. Mike Posner), Want U Back, End Up Here e Superhero, apesar de um pouco repetitivas, são a típica música pop da atualidade, não num sentido pejorativo, bem pelo contrário. A conclusão a que Shout chega é que, apesar do fascínio desta jovem pela música rap, as músicas nas quais se afasta mais deste género têm uma qualidade bastante superior, acabando por ser até um pouco viciantes.

Shout aposta nesta diva ainda em ascensão, pois, apesar das críticas, é um facto que reside dentro dela uma letrista, cantora e artista que ainda tem muito para mostrar. Após conquistar o Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos, conquistará também Portugal? Tire as suas próprias conclusões com o seguinte vídeo, o melhor tema, na opinião de Shout, do seu álbum, Superhero.

 Cumprimentos,
Shout

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Exclusivo Shout: Entrevista a Eytan and The Embassy


“Comecei a tocar piano quando tinha 5 anos e implorei aos meus pais para desistir durante muitos anos. A minha mãe insistia que eu tinha talento e recusou-se a deixar-me desistir e, assim que comecei a escrever canções quando tinha 12 ou 13 anos, abdiquei do desporto pela música.”
Eytan Oren
Eytan and The Embassy: (esq. - dir.) Attis Clopton (bateria), Caitlin Gray (baixo), Eytan Oren (voz e piano),  Geoff Countryman (saxofone) e Grant Schulte (guitarra)

Brooklyn, Nova Iorque, 2009. Eytan Oren, um jovem e promissor músico reúne-se com quatro amigos e o sucesso internético Eytan and The Embassy nasce. Já com um recorde mundial no seu curriculum e um vídeo muito aclamado, Eytan Oren falou com Shout sobre a sua música, o seu vídeo e o seu futuro álbum.

1. Com é que Eytan e The Embassy se reuniram?
O projeto começou com uma gravação que fiz com alguns amigos e quando terminado reuni uma banda que se tornaram os Embassy. Everything Changes foi a primeira canção que gravámos como uma banda.

2. Porquê Embassy?
A minha mãe sempre brincou que eu devia ser embaixador porque sou muito diplomático, então The Embassy pareceu-me adequar-se perfeitamente.

3. Eytan, pelo que li a sua relação com a música existe desde que era muito pequeno. Como é que essa, chamar-lhe-ei paixão, surgiu?
Na verdade quando era muito jovem só me interessava por desportos. Comecei a tocar piano quando tinha 5 anos e implorei aos meus pais para desistir durante muitos anos. A minha mãe insistia que eu tinha talento e recusou-se a deixar-me desistir e, assim que comecei a escrever canções quando tinha 12 ou 13 anos, abdiquei do desporto pela música.

4. Como foi a evolução da sua carreira? Isto é, como chegou a este momento da sua vida em que tem um vídeo com mais de 500 mil visitas em apenas algumas semanas?
Antes de estar nesta banda escrevia música para televisão e anúncios, o que ainda faço às vezes. Quando a banda começou no final de 2009 tivemos algumas grandes oportunidades, abrindo pelos OK Go, protagonizando alguns anúncios para os MTV Movie Awards, e tocando em alguns festivais de maior dimensão. Mas a reação a Everything Changes foi definitivamente numa escala muito maior que o sucesso que tínhamos anteriormente. Tem sido um mês muito entusiasmante e estamos muito gratos a todas as pessoas que têm partilhado a canção e o vídeo.

5. Já disse que os Radiohead são uma grande influência na sua música. Ainda os “sente” ou há outros artistas que também o inspiram?
Eytan Oren, líder da banda
Não soamos nada com os Radiohead, mas são uma grande influência para mim. Muitos dos nossos artistas favoritos são dos anos 60 e 70, mas é importante para mim dar um toque moderno na produção. No que respeita a guitarra e efeitos de fundo muitas vezes recorremos a ideias inspiradas em Jonny Greenwood ou Nigel Godrich (produtor dos Radiohead).


6. Quando poderemos ver o próximo álbum de Eytan and The Embassy? E o que podemos esperar dele?
Lançaremos a 18 de Setembro um álbum que é uma versão repactada do nosso primeiro álbum “The Perfect Break-up”, mas adicionámos Everything Changes. Para os iTunes também será incluído o vídeo. Estamos a gravar o nosso segundo álbum que se chama “The Year of the Sun”. Não tenho a certeza quando será lançado, mas provavelmente no início do próximo ano.

7. Como surgiu o sucesso Everything Changes?
Aconteceu muito rapidamente e é difícil saber exatamente quando começou. Penso que os OK Go partilharem-no no Twitter e Facebook deu-lhe um grande começo e isso poderá ter conduzido outras bem conhecidas pessoas a ouvir sobre ele e partilhá-lo com os seus fãs. A CNN.com também publicou uma reportagem sobre ele o que também lhe deu uma grande exposição. No final foi um vídeo divertido de fazer e penso que isso o tornou num vídeo divertido de ver e partilhar com amigos que ajudou a lançá-lo.

8. No vosso vídeo de Everything Changes o Eytan disfarça-se de 18 personagens. Qual foi o processo que usaram para escolher esses artistas tão singulares?
Escolhemos artistas que admiramos e que alteraram o curso da história da música pop e rock e tentámos ter alguns músicos que representassem cada década. Também escolhemos artistas com os quais eu me pudesse parecer – por exemplo originalmente tínhamos o Jimy Hendrix como um dos artistas mas simplesmente não funcionou. Na verdade mudámos o Hendrix para o Bob Dylan no dia da gravação- fizemos um intervalo e corremos a uma loja de música para comprar uma harmónica enquanto a Ashley Miller, a nossa cabeleireira, aparava a peruca.

9. Já pediram aos vossos fãs o seu contributo para os ajudarem a escolher outros artistas para um segundo take. Estão a tentar bater o vosso próprio recorde mundial para mais disfarces num período mínimo de tempo?
Adoraríamos que alguém batesse o nosso recorde, mas não estamos a tentar bater nós próprios com o segundo take.

10. Uma última questão, existe alguém com quem gostariam de ser comparados?
É engraçado ouvir falar em comparações, mas tento deixar isso para as outras pessoas fazerem. Desde que seja alguém que gostem ficamos felizes ao ser comparados com eles!

Agradecemos a simpatia e disposição de Eytan Oren para esta entrevista e terminamos com o tão falado êxito Everything Changes.



Cumprimentos,
Shout

sábado, 14 de julho de 2012

The Rolling Stones: há 50 anos a fazer História


“I didn´t expect to last until 50 myself, let alone with the Stones. It´s incredible, really. In that sense we´re still living on borrowed time.”
Keith Richards

“It’s incredible to think about working with the same band for fifty years. Of course, members have come and gone over the years, but it is still the Rolling Stones. Inevitably it makes you think about the mortality of it. But here we are making plans and attempting to get things organized for the future!”
Mick Jagger


The Rolling Stones: (esq.-dir.): Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood e Charlie Watts à frente do clube onde os Rolling Stones actuaram pela primeira vez, a 12 de Julho de 1962
Já considerada de melhor banda de rock´n´roll de todos os tempos, com mais de 200 milhões de álbuns vendidos, The Rolling Stones comemoraram esta quinta-feira, 12 de Julho, cinquenta anos de carreira. De facto, havia meio século que a mítica banda de Mick Jagger e Keith Richards realizava no London´s Marquee Club o seu primeiro concerto.

“I remember it because of the trouble we had finding a rhythm section.”
Mick Jagger, em entrevista à Rolling Stone

The Rolling Stones nos seus primórdios, em 1962
Nesse histórico dia que marcaria o início da revolução da música e cultura popular, os então The Rollin´Stones foram representados por Mick Jagger, na voz e harmónica, Keith Richards e Brian Jones na guitarra, Ian Stewart no piano e Dick Taylor no baixo. Quanto à bateria estava sob a responsabilidade de Tony Chapman ou Mick Avory, uma eterna questão sem resposta (o futuro baixista, Bill Wyman, que se juntaria à banda em Dezembro de 1962 afirma que seria Avory, mas este assegura ter sido Chapman, uma vez que apenas havia ensaiado com os The Rollin´Stone poucas vezes e só conhecer o nome da banda posteriormente). 

Wyman entraria, então, no final desse ano e o Charlie Watts, baterista, em Janeiro de 1963. A partir de 1993 os Rolling Stones passariam a ser formados apenas por Jagger, Richards, Watts e Ronnie Wood, na guitarra, embora Darryl Jones (baixista) e Chuck Leavell (teclista) os passassem a acompanhar nas suas atuações ao vivo e no estúdio.

Logótipo do aniversário dos 50 anos dos Rolling Stones, por Shepard Fairey
Para celebrar as bodas de ouro, The Rolling Stones estiveram presentes na abertura da exposição no London´s Somerset House, no passado dia 12 e que se manterá até 21 de Agosto, que exibe cerca de 700 fotos íntimas e nunca vistas dos vários anos de carreira da banda. Ainda neste espírito de celebração será lançado um documentário pelo realizador Brett Morgen acerca da banda, bem como um livro com imagens únicas ao longo destes cinquenta anos. O famoso artista Shepard Fairey também reelaborou a lendária língua dos Rolling Stones no contexto de celebração de meio século de carreira.

Quanto ao futuro dos criadores de Angie, no dia 12 de Julho, quando questionado Keith Richards afirmou que a banda está a preparar uma nova tour para 2012-2013.

Com isto, Shout deseja as maiores congratulações aos Rolling Stones e que continuem por mais 50 anos (se os avanços na medicina o permitirem). 

Terminamos com o clássico (I Can´t Get No) Satisfaction do álbum “Out of Our Heads”, de 1965, considerada pela revista Rolling Stone como a segunda melhor canção de todos os tempos, seguido de Like a Rolling Stone de Bob Dylan, da qual os Rolling Stones também têm uma versão.



Cumprimentos,
Shout

terça-feira, 3 de julho de 2012

Uma homenagem a Mark Sandman


“I was kind of a dreamy child – a Curious George baby. As a child, people told me they thought I'd grow up to be a poet. You have to wonder what kind of kid someone would say that to."
Mark Sandman
Mark Sandman (1952-1999)
Há treze anos desaparecia da cena musical Mark Sandman e com ele a banda que tantos fãs mobilizou na Europa - Morphine. Neste trágico dia, 3 de Julho, Shout recorda este artista sonhador e inovador.

Nascido em Newton, Massachusetts (EUA), ficou sobretudo conhecido por ter sido um dos membros fundadores da banda Morphine, em nada associada à droga homónima, mas sim derivado do deus grego dos sonhos, Morpheu, que entrou nos seus sonhos e o impulsionou, juntamente com o saxofonista Dana Colley, a criar esta banda, afirmava humoristicamente Sandman numa entrevista pouco depois do lançamento do álbum “Cure For Pain” de 1993. 
 (da esq. para a dir.): saxofonista Dana Colley, baterista Billy Conway que em 1993 veio para substituir Jerome Deupree (que abandonou os Morphine devido a problemas de coraçao, juntando-se novamente pouco depois ao entao trio) e Mark Sandman. Formaram os Morphine em 1989, marcando uma geraçao da década de 1990

Morphine inovou no mundo da música indie pela introdução do saxofone e dispensa da guitarra permitindo um estilo alternativo, uma mescla de rock, jazz e blues que, apesar de em geral apreciado pela crítica, pouco sucesso teve nos Estados Unidos (pelo menos em comparação com a Europa). Pelo contrário, com a digressão mundial de divulgação do seu segundo álbum, o já referido “Cure For Pain”, a banda de Mark Sandman tornou-se um verdadeiro êxito na Europa, com destaque para Portugal e Bélgica considerado pelos próprios como os seus melhores fãs.
Além de letrista, vocalista e baixista, Sandman alterava e construía os seus próprios instrumentos, há que destacar que uma das suas características era o seu baixo com apenas duas cordas.

“A canção tem que ser fácil de aprender porque não gosto de ensaiar muito. É como o baixo, duas cordas torna tudo mais fácil.”
Mark Sandman, em entrevista à Blitz, 1997

Sandman era um homem bastante reservado, o exemplo mais evidente era o seu desconforto quanto à sua idade, nunca por ele assumida. Talvez se devesse ao facto de ser superior às outras figuras indie da época, talvez por acreditar que estava a envelhecer demasiado depressa para a música que criava, como aposta a Blitz numa das suas passadas edições. Muitos fãs consideravam as suas letras autobiografias, ainda que tal nunca fora confirmado. Porém, há um facto que inevitavelmente teria de influenciar a sua música: a morte dos seus dois irmãos, podendo tomar-se como exemplo a música No Reason, de Treat Her Right, banda de Sandman anterior a Morphine (veja o vídeo seguinte). Por outro lado, Sandman tinha uma relação muito próxima com o seu público, para a qual a sua grande capacidade de comunicação em português, espanhol e francês era essencial, no entanto não deixando de estar aliado à sua personalidade.

A tragédia da banda chegou a 3 de Julho de 1999 quando durante um concerto em Palestrina, Itália Sandman colapsaria em palco, vítima de ataque cardíaco, que se poderá ter devido a cigarros, ao excesso de stress ou às elevadas temperaturas da noite fatídica. 

Em homenagem a este grande artista, terminamos hoje com Cure for Pain, ao vivo no Festival Super Bock Super Rock de 1995, primeiro concerto dos Morphine em Portugal.


Cumprimentos,
Shout

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Madonna vs. Lady Gaga: que comece a guerra


Madonna declarou "guerra aberta" a Lady Gaga durante o seu concerto em Tel Aviv
Desde que no início do ano passado Lady Gaga lançou o seu single Born This Way que se criaram rios de tinta, acusando a nova-iorquino de plágio ao clássico dos anos 80 de Madonna, Express Yourself. Imediatamente, Gaga respondeu às críticas, no programa The Tonight Show with Jay Leno, afirmando que a Rainha da Pop lhe havia enviado um e-mail de amor e completo apoio. 

Apesar das comparações continuarem, sobretudo por parte dos fãs de Madonna, a situação pareceu acalmar até ao final do mês de Maio de 2012, aquando o início da tournée MDNA da cantora de Like a Virgin, que passará por Coimbra a 24 de Junho.

Apesar de nunca ter tecido comentários a respeito do suposto plágio, a 31 de Maio de 2012, no seu primeiro concerto da tournée MDNA, em Tel Aviv, Israel, Madonna quebrou o silêncio e apresentou uma mash-up do seu Express Yourself com Born This Way da jovem de 25 anos, terminando com “she´s not me” . (veja o seguinte vídeo)

Só a 7 de Junho, num concerto em Auckland, Nova Zelândia, Lady Gaga responderia tomando uma via superior: durante a atuação de Hair, montada numa mota/piano, Gaga afirmou:

“It sometimes makes people feel better about themselves, you know, to put other people down or make fun of them or maybe make mockery of their work. I don´ t even want to fight back because it´s more important to me to keep writing music. […] Things are really different now than they were 25 years ago, and that´s what make Born This Way so relevant for me. We´re socially in a completely different place and it´s ok, we don´t have to all slice and hate each other anymore.” (veja o vídeo seguinte)

Sem nunca referir o nome do seu ídolo, Lady Gaga ganhou, na opinião de Shout, esta primeira batalha ao evitar descer ao nível da crítica desesperada de Madonna, ainda que contextualizada numa grande atuação. Há, no entanto, que referir que, apesar de tal atitude e de já ter considerado a música de Gaga de “reductive”, isto é, simplista, a Rainha da Pop considera a autora de Bad Romance uma verdadeira artista. 

Esperemos mais desenvolvimentos e, assim, a derradeira vitoriosa, desta guerra de divas como há já algum tempo faltava ao mundo da música.

Cumprimentos,
Shout

domingo, 10 de junho de 2012

Rock in Rio 2012 - 3 de Junho

Bruce Springsteen, regresso muito aguardado pelos portugueses, era o nome mais esperado da noite,
reunindo 81 mil espectadores

O quinto e último dia do Rock in Rio 2012 foi uma verdadeira celebração do rock nacional e internacional, desde os jovens Kaiser Chiefs à lenda de Bruce Springsteen.
Após vários a referência desta atracção por
vários artistas, o vocalista dos Kaiser Chiefs
foi o primeiro que se arriscou às torres do slide
A responsabilidade de abrir o Palco Mundo no último dia recaiu sobre os britânicos Kaiser Chiefs. Já bem conhecidos pelos portugueses caracterizaram-se por muita energia inevitavelmente influenciando o público. Everyday I Love You Less and Less e Ruby foram os clássicos que não faltaram. No entanto e uma vez que o seu novo álbum “Start the Revolution Without Me” era lançado nesse mesmo dia, não faltaram igualmente novas músicas, “Who doesn´t like to hear new songs in a concert?, afirmava o louco vocalista Ricky Wilson. (poderá conter algumas alterações) O momento mais inesquecível, e único em toda a história do Rock in Rio Lisboa, ocorreu quando Ricky Wilson abandona o palco e se dirige para a torre do slide, prosseguindo a com a sua atuação, e se lança pelos céus do Parque da Bela Vista, proporcionando um dos grandes momentos da edição 2012.

James são presença assídua em Portugal, de facto, Saul Davies,
que subiu ao palco exibindo a camisola da selecção
portuguesa, com o nome James estampado, vive em Portugal
Após a louca atuação de Kaiser Chiefs seguiram-se os também britânicos, e também bem conhecidos pelo público português, James. Apesar da já longa carreira conseguiram mexer com o público ao apresentarem os seus clássicos que o público português bem conhece, como Laid, Sometimes e Getting Away With It. Quando Tim Booth se senta nos minutos finais do concerto, todos sabiam o que se seguia: o grande Sit Down, que contou com o apoio vocal do entusiasmado público. Um concerto que além de contar com a estranha dança epiléptica de Tim Booth, ainda permitiu um momento de crítica social protagonizado pelo guitarrista Saul Davies que, num português quase perfeito, questionou as atuações económicas do Estado português e as suas consequências na educação, nomeadamente o encerramento de escolas, seguindo-se-lhe uma ovação bem merecida.

A representação portuguesa no Palco Mundo não poderia
ter estado em melhores mãos que a maior banda rock
portuguesa de sempre, num inesquecível concerto
de greatest hits 
A noite ainda nem a meio ia quando a maior banda rock portuguesa de todos os tempos subiu ao palco: Xutos e Pontapés. Este orgulho nacional com capacidade de mover gerações de todas as idades, já havia atuado, nesta quinta edição do festival em Lisboa, no Palco Sunset, acompanhados dos brasileiros Titãs. Porém no último dia tomam o seu merecido lugar no Palco Mundo para um grande concerto recheado de clássicos, passando pelo álbum de 1985 “Cerco” até “Xutos e Pontapés” de 2009. Tiveram ainda tempo de passar pelos projetos a solo de alguns dos elementos, nomeadamente Tim e Kalú, levando o público ao rubro, terminando com uma das suas melhores músicas Para Sempre.  

Apesar dos seus 62 anos, The Boss mostrou uma energia e
presença de palco únicas, tornando este concerto
certamente inesquecível para as 81 mil pessoas
 que estiveram presentes
Todas as condições estavam estabelecidas para a entrada do grande nome da noite e, arrisca-se Shout a dizer, do próprio Rock in Rio: Bruce Springsteen and The E Street Band. As espectativas eram elevadas e, conhecendo o trabalho de Springsteen, impossíveis de saírem goradas. Após um atraso de vinte minutos, que lhe valeu alguns assobios, The Boss, enveredando o típico colete e camisa escura, entra em palco acompanhado da E Street Band com We Take Care of Our Own. Seguem-se mais algumas faixas do seu mais recente álbum “Wrecking Ball” até que, ao iniciar uma grande apresentação de My City of Ruins , surpreende tudo e todos ao dirigir-se aos seus fãs num português com um forte sotaque. Foi um concerto repleto de grandes momentos. Após uma apresentação inicial de “Wrecking Ball” seguiu-se uma segunda parte caracterizada pelos grandes clássicos que levou o público português que há já quase duas décadas ansiava por este reencontro, ao delírio. Because The Night, Born in the USA, Glory Days, Born to Run, River e Hungry Heart com as primeiras estrofes, como já é habitual em Springsteen a ser cantados na íntegra pelos seus fãs, entre muitas outras estiveram presentes. The Boss, além de uma forte aproximação ao público, acedeu igualmente a “discos pedidos”, ao ir buscar cartazes com as músicas que os fãs desejavam ser apresentadas: além do já referido Hungry Heart, também She´s the One e I´m on Fire corresponderam a esses desejos. Há ainda que destacar outros grandes momentos: a atuação de Waiting on a Sunny Day na qual o Bad Scooter contou com a ajuda vocal de uma criança que se encontrava no público; Dancing in the Dark que, reconfigurando o vídeo original da música que contava com a participação de uma jovem Courtney Cox, Springsteen foi buscar ao público duas jovens muito entusiasmadas que com ele “dançaram no escuro”, havendo algumas dificuldades em fazê-las regressar ao seu lugar (veja o video seguinte); e Thunder Road, dedicado aos inúmeros fãs portugueses que estiveram presentes na longínqua atuação de Springsteen no estádio José de Alvalade, em 1993. Porém o grande momento do espetáculo foi a apresentação de 10th Avenue Freeze Out, um verdadeiro tributo ao falecido saxofonista da banda, o Big Man Clarence Clemmons. Após o ecrã gigante que se encontrava por trás do palco ter estado apagado ao longo de todo o concerto, acendeu-se no momento de 10th Avenue Freeze Out, demonstrando imagens de Clarence Clemmons. Um momento, sem dúvida, muito emocionante tanto para o público como para os artistas. Após 2horas e 40 de um grande espetáculo, Bruce Springsteen e a E Street Band ainda tiveram forças para o seu cover do clássico popularizado pelos Beatles Twist and Shout que se tornou um momento ainda maior quando deflagrou o já comum fogo-de-artifício do final de um dia de concerto.

Terminado o Rock in Rio Lisboa 2012, Shout tem o prazer de informar que foi um verdadeiro sucesso, marcado por grandes bandas e artistas nacionais e internacionais. Apesar de grandes prestações por parte de todos os que passaram pelo Palco Mundo, Bruce Springsteen and The E Street Band foram, sem dúvida ,os que proporcionaram os melhores momentos desta quinta edição. Um concerto memorável e há muito ansiado pelos milhares de fãs que estiveram presentes na última noite no Parque da Bela Vista.

Cumprimentos,
Shout