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domingo, 10 de junho de 2012

Rock in Rio 2012 - 3 de Junho

Bruce Springsteen, regresso muito aguardado pelos portugueses, era o nome mais esperado da noite,
reunindo 81 mil espectadores

O quinto e último dia do Rock in Rio 2012 foi uma verdadeira celebração do rock nacional e internacional, desde os jovens Kaiser Chiefs à lenda de Bruce Springsteen.
Após vários a referência desta atracção por
vários artistas, o vocalista dos Kaiser Chiefs
foi o primeiro que se arriscou às torres do slide
A responsabilidade de abrir o Palco Mundo no último dia recaiu sobre os britânicos Kaiser Chiefs. Já bem conhecidos pelos portugueses caracterizaram-se por muita energia inevitavelmente influenciando o público. Everyday I Love You Less and Less e Ruby foram os clássicos que não faltaram. No entanto e uma vez que o seu novo álbum “Start the Revolution Without Me” era lançado nesse mesmo dia, não faltaram igualmente novas músicas, “Who doesn´t like to hear new songs in a concert?, afirmava o louco vocalista Ricky Wilson. (poderá conter algumas alterações) O momento mais inesquecível, e único em toda a história do Rock in Rio Lisboa, ocorreu quando Ricky Wilson abandona o palco e se dirige para a torre do slide, prosseguindo a com a sua atuação, e se lança pelos céus do Parque da Bela Vista, proporcionando um dos grandes momentos da edição 2012.

James são presença assídua em Portugal, de facto, Saul Davies,
que subiu ao palco exibindo a camisola da selecção
portuguesa, com o nome James estampado, vive em Portugal
Após a louca atuação de Kaiser Chiefs seguiram-se os também britânicos, e também bem conhecidos pelo público português, James. Apesar da já longa carreira conseguiram mexer com o público ao apresentarem os seus clássicos que o público português bem conhece, como Laid, Sometimes e Getting Away With It. Quando Tim Booth se senta nos minutos finais do concerto, todos sabiam o que se seguia: o grande Sit Down, que contou com o apoio vocal do entusiasmado público. Um concerto que além de contar com a estranha dança epiléptica de Tim Booth, ainda permitiu um momento de crítica social protagonizado pelo guitarrista Saul Davies que, num português quase perfeito, questionou as atuações económicas do Estado português e as suas consequências na educação, nomeadamente o encerramento de escolas, seguindo-se-lhe uma ovação bem merecida.

A representação portuguesa no Palco Mundo não poderia
ter estado em melhores mãos que a maior banda rock
portuguesa de sempre, num inesquecível concerto
de greatest hits 
A noite ainda nem a meio ia quando a maior banda rock portuguesa de todos os tempos subiu ao palco: Xutos e Pontapés. Este orgulho nacional com capacidade de mover gerações de todas as idades, já havia atuado, nesta quinta edição do festival em Lisboa, no Palco Sunset, acompanhados dos brasileiros Titãs. Porém no último dia tomam o seu merecido lugar no Palco Mundo para um grande concerto recheado de clássicos, passando pelo álbum de 1985 “Cerco” até “Xutos e Pontapés” de 2009. Tiveram ainda tempo de passar pelos projetos a solo de alguns dos elementos, nomeadamente Tim e Kalú, levando o público ao rubro, terminando com uma das suas melhores músicas Para Sempre.  

Apesar dos seus 62 anos, The Boss mostrou uma energia e
presença de palco únicas, tornando este concerto
certamente inesquecível para as 81 mil pessoas
 que estiveram presentes
Todas as condições estavam estabelecidas para a entrada do grande nome da noite e, arrisca-se Shout a dizer, do próprio Rock in Rio: Bruce Springsteen and The E Street Band. As espectativas eram elevadas e, conhecendo o trabalho de Springsteen, impossíveis de saírem goradas. Após um atraso de vinte minutos, que lhe valeu alguns assobios, The Boss, enveredando o típico colete e camisa escura, entra em palco acompanhado da E Street Band com We Take Care of Our Own. Seguem-se mais algumas faixas do seu mais recente álbum “Wrecking Ball” até que, ao iniciar uma grande apresentação de My City of Ruins , surpreende tudo e todos ao dirigir-se aos seus fãs num português com um forte sotaque. Foi um concerto repleto de grandes momentos. Após uma apresentação inicial de “Wrecking Ball” seguiu-se uma segunda parte caracterizada pelos grandes clássicos que levou o público português que há já quase duas décadas ansiava por este reencontro, ao delírio. Because The Night, Born in the USA, Glory Days, Born to Run, River e Hungry Heart com as primeiras estrofes, como já é habitual em Springsteen a ser cantados na íntegra pelos seus fãs, entre muitas outras estiveram presentes. The Boss, além de uma forte aproximação ao público, acedeu igualmente a “discos pedidos”, ao ir buscar cartazes com as músicas que os fãs desejavam ser apresentadas: além do já referido Hungry Heart, também She´s the One e I´m on Fire corresponderam a esses desejos. Há ainda que destacar outros grandes momentos: a atuação de Waiting on a Sunny Day na qual o Bad Scooter contou com a ajuda vocal de uma criança que se encontrava no público; Dancing in the Dark que, reconfigurando o vídeo original da música que contava com a participação de uma jovem Courtney Cox, Springsteen foi buscar ao público duas jovens muito entusiasmadas que com ele “dançaram no escuro”, havendo algumas dificuldades em fazê-las regressar ao seu lugar (veja o video seguinte); e Thunder Road, dedicado aos inúmeros fãs portugueses que estiveram presentes na longínqua atuação de Springsteen no estádio José de Alvalade, em 1993. Porém o grande momento do espetáculo foi a apresentação de 10th Avenue Freeze Out, um verdadeiro tributo ao falecido saxofonista da banda, o Big Man Clarence Clemmons. Após o ecrã gigante que se encontrava por trás do palco ter estado apagado ao longo de todo o concerto, acendeu-se no momento de 10th Avenue Freeze Out, demonstrando imagens de Clarence Clemmons. Um momento, sem dúvida, muito emocionante tanto para o público como para os artistas. Após 2horas e 40 de um grande espetáculo, Bruce Springsteen e a E Street Band ainda tiveram forças para o seu cover do clássico popularizado pelos Beatles Twist and Shout que se tornou um momento ainda maior quando deflagrou o já comum fogo-de-artifício do final de um dia de concerto.

Terminado o Rock in Rio Lisboa 2012, Shout tem o prazer de informar que foi um verdadeiro sucesso, marcado por grandes bandas e artistas nacionais e internacionais. Apesar de grandes prestações por parte de todos os que passaram pelo Palco Mundo, Bruce Springsteen and The E Street Band foram, sem dúvida ,os que proporcionaram os melhores momentos desta quinta edição. Um concerto memorável e há muito ansiado pelos milhares de fãs que estiveram presentes na última noite no Parque da Bela Vista.

Cumprimentos,
Shout

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